segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Vampira

Existem pessoas que vieram no mundo com a única finalidade de sugar toda a energia boa que existe em você. Eu não sei se você já sentiu isso, só que existem pessoas que só pelo simples fato de estar presente com você no mesmo recinto, é capaz de tirar tudo de bom que você sente. Já sentiu isso? Pois é, eu já. Quase todos os dias. A minha mãe é um desses seres que parecem que vieram no mundo só para sugar tudo de bom que está dentro das pessoas (eu não sou a única vítima dela). Ela é uma pessoa amarga, desagradável, daquelas que se vê um copo pela metade, nunca pra ela, ele vai estar meio cheio, sempre está meio vazio. Ela não tem uma palavra boa para te dar, um consolo, um carinho. O que ela sabe fazer de melhor é criticar e pegar aquele seu ponto fraco, aquilo que dói mais, que mais machuca e ficar alí, te torturando e se deliciando com isso. Ela não importa em fazer você chorar, de ver que está machucando, o pior é que ela nunca está satisfeita, se ela vê que aquilo te faz mal, ela vai fazer aquilo e procurar mais alguma coisa pra piorar o mal que está fazendo. Ela tem muitos amigos (Deus, eu queria saber como?), só que além de tudo, a infeliz é falsa. Ela, na frente das pessoas que não são da família, é um doce, um amor. Agora, com a gente, a diaba coloca as asinhas de fora e transforma nossas vidas em um inferno.
Uma das coisas que mais me irritam nela é o fato de ela nunca assumir as coisas erradas que faz. A culpa é sempre minha, ou do meu pai, ou da mãe dela, da irmã, mesmo que nós não tenhamos nada haver com o que aconteceu, a culpa é sempre de qualquer um, menos dela. Se ela perde o dia de audiência de um cliente, ou um prazo (ela é advogada), a culpa é nossa, não dela. Se ela sai atrasada para ir em algum evento e se perde no meio do caminho, a culpa é da pessoa que a convidou para o evento e não dela. E isso acontece com objetos pessoais dela, com celular, óculos, contas, remédios (se ela está fazendo algum tratamento, ela não lembra de jeito nenhum de tomar os remédio, aí a culpa passa para mim e meu pai, pois, não lembramos ela do remédio), etc.
Ela também é super irresponsável com horários, compromissos e coisas que exigem um horário marcado para ela estar lá. Se ela é assim com as coisas dela, nem preciso dizer como ela é com as minhas coisas. Para ela, o fato de existir um horário para entrar na faculdade ou em qualquer curso que eu faça é meramente ilustrativo, se as aulas começam as oito e eu chego lá dez, tá ótimo. Eu que me vire com faltas e matérias que perdi das primeiras aulas.Melhor ainda se eu nem for na aula. Depois é só eu apelar para todas as entidades mágicas e pirilâmpicas que existem no mundo e aprender a matéria que foi dada, pois, ai de mim se eu pegar dp. Foi graças a um desses atrasos dela que eu fui abusada sexualmente na escola aos nove anos. Ela disse que iria me buscar na escola, as aulas acabaram ao meio dia, como eram quatro horas da tarde e ela não chegava, eu resolvi ir embora, foi aí que o cara me pegou. Graças ao jeitinho doce e meigo dela, esse não foi o único problema sério que eu tive por causa dela. Ela também me provocou uma úlcera e ferrou com o meu joelho direito. A úlcera eu ganhei na época das provas finais no primeiro ano da faculdade, já andava nervosa o suficiente por causa das provas finais e numa noite de tortura em que eu fiquei sozinha com ela, onde ela fez todo o showzinho de sempre de me bater, humilhar, gritar, xingar, provocar, etc... Dois dias depois disso, comecei a soltar sangue por todos os lugares. Tcharam... ganhei a Margarida. Até hoje ela gosta de me acompanhar por todos os lugares. E só eu passar nervoso que ela acorda e faz eu sentir muita dor e perder sangue.
O joelho foi por causa da devoção e do amor incondicional que ela tem pelos nossos cachorros. Uma pastor alemão que tínhamos estava se mutilando e arrancou um pedaço do dedo de lobo, o outro pedaço ficou e necrosou, precisou de uma cirurgia para amputar o dedo, a cachorra chegou em casa ainda meio anestesiada, sobrou pra eu tirá-la do carro, minha mãe super solícita e prestativa, resolveu ajudar, jogou uma almofada bem no meio do caminho em que eu estava passando, tropecei, caí com meu peso e o peso sa cachorra em cima do joelho direito. Aida levei uma puta bronca porque deixei a cachorra cair. Esperei meu pai para me levar no médico, já que ela achou que não era nada grave. Um tombinho besta, na opinião dela. Uma semana com o joelho imobilizado. Perda de cartilagem, menisco, desgaste ósseo e nunca mais poder andar de bicicleta ou dançar denovo na vida (isso pra quem foi bailarina, é praticamente uma sentença de morte. Deus sabe o quanto eu sofro e choro por causa disso.). Ela já me fez perder amigos, passar vergonha na frente de muitas pessoas, eu já até pedi pra ela, que eu adoraria que ela me tratasse como ela trata os cachorros, ela trata eles tão bem que as vezes fico até com inveja. Eu espero, de verdade, que um dia eu possa rir disso tudo, nem que seja com um analista.

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