segunda-feira, 18 de abril de 2011

Eu queria ter uma arma.

Eu queria muito ter uma arma hoje. As vezes o jeito mais fácil de se resolver as coisas e se matando. Eu ia ficar livre de todas as pessoas que só ferram com a minha vida, pessoas que eu amo e que deveriam no mínimo me respeitar, só que não. O que eles sabem mesmo e ferrar comigo. É machucar, humilhar, desgastar, passar raiva, me ensinar a incrível arte da espera, da paciência, e com isso meu estômago já foi pro saco, minha saúde acompanhou o estômago. Não tenho mais saúde, não tenho mais dignidade nem amor próprio. Eu queria que no mínimo me respeitassem, eu queria que ao menos me dessem um décimo do amor que eu entrego a eles. Só isso. Eu queria ter uma vida um pouquinho normal, onde as pessoas teem amizade com a mãe, que o namorado ama e quer ficar junto, quer ficar perto. Eu queria uma vida um pouquinho normal, eu queria saber o que é passar um dia sem sofrer, sem ter dor no estômago, sem ser pressionada, sem ser humilhada, sem me arrepender do passado, das coisas que fiz, do que eu deixei de fazer pra agradar quem não tá nem aí comigo. Eu queria ter uma arma e resolver a minha vida, eu ia dormir em paz. Eu ia colocar a cabeça em algum lugar e poder descansar sem aquela agônia de saber que amanhã vai ter outro dia e que nada vai mudar, tudo vai continuar sendo a mesma coisa. Eu não aguento mais ameaças, infelicidade, medo, telefone desligado, ser trocada por qualquer coisa, ter hora e dia marcado pra se encontrar. Eu não aguento mais dar satisfação, ouvir merda, ser mandada, ser válvula de escape de agonia alheia, ser saco de pancadas e frustraçoes. Eu não aguento mais essa vida. Eu não aguento mais ter que ficar em casa, cuidando disso aqui, de cachorros, eu tinha tanto talento e estou disperdiçando aqui dentro desse cativeiro. Eu não tenho vida. Eu tenho um castigo, um martírio do qual o que eu mais desejo é me ver livre. Eu queria só um pouquinho de vida, de sossego. Eu queria ter um pouquinho de felicidade, não é pedir muito.

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